O que mais bloqueia a empatia na comunicação
Esvaziar a nossa mente e ouvir com todos os nossos sentidos é uma arte para poucos nos dias atuais.
A nossa atenção está sujeita a inúmeras distrações, cada uma clamando mais alto por nossos olhos, ouvidos e dedicação.
Que bom seria se pudéssemos, ao mesmo tempo, orientar alguém no trabalho, falar com o filho ao telefone e ainda trocar mensagem com o chefe.
Você pode até dizer:
– Mas, Wayne, eu faço isso o tempo todo! Se não fizer não dou conta do meu dia…
Entendo, mas o desafio está em fazer tudo isso “com atenção plena”. Aí complica…rs
E isso é impossível, sabe por que?
Porque, ao contrário do que acreditamos e teimamos, não somos multitarefas. Somos monotarefas, ou seja, processamos mentalmente uma única coisa de cada vez. Você pode até fazer uma tarefa e outra bem rápido, mas ainda assim será uma de cada vez.
E estar por inteiro, de corpo e alma, no momento presente é o quesito número um da empatia.
Como afirmou o filósofo chinês Chuang-Tzu, “Ouvir com os ouvidos é uma coisa, ouvir com o intelecto é outra, mas ouvir com a alma não se limita a um único sentido, pois todo o ser escuta.”
Segundo o psicólogo e escritor Marshall B. Rosenberg, “a empatia é a compreensão respeitosa do que os outros estão vivendo.”
E o que mais bloqueia a empatia em nossa comunicação?
1 – Não conhecer a si mesmo
- Qual é o seu jeito de comunicar?
- Como gosta que falem com você?
- Como você convence as pessoas das suas ideias?
- Qual é o tipo de pessoa mais difícil de convencer?
Se não souber claramente responder a essas perguntas, terá grande probabilidade de incorrer no próximo erro.
2 – Tratar a todos igualmente:
As pessoas são diferentes:
- Algumas preferem que sejamos breves, específicos, claros. Outras gostam que antes criemos um ambiente amistoso, amigável.
- Para algumas pessoas é preciso sermos realistas, detalhistas e rigorosos com os temas. Para outras, a interação com os outros é mais importante, preferem que conversemos, expondo nossas impressões e sentimentos.
Entender cada estilo e ajustar a sua comunicação a cada um fará com que demonstre mais atenção ao outro e a comunicação fluirá de maneira mais assertiva.
3 – Fazer julgamentos:
- “Ela é preguiçosa demais”;
- “Isso é impróprio”;
- “Está errado!”;
- “Eles são muito preconceituosos”;
- “O seu problema é ser egoísta demais”.
Pensamentos e falas assim bloqueiam qualquer tipo de entendimento das necessidades e sentimentos alheios. Livre-se deles!
4 – Ter atitudes como:
- Aconselhar: “Acho que você deveria fazer assim…”
- Competir pelo sofrimento: “Isso não é nada, espere só pra saber o que aconteceu comigo…”
- Educar: “Se você fizer exatamente o que estou te dizendo, vai dar certo…”
- Consolar: “Não foi sua culpa, você fez o melhor.”
- Contar uma história: “Isso me lembra uma ocasião em que eu…”
- Encerrar o assunto: “Anime-se. A vida segue…”
- Solidarizar-se: “Oh, coitadinho…”
- Corrigir: “não foi assim que aconteceu…”
Devemos sempre nos lembrar que quando o outro está relatando um problema, um sofrimento, uma dificuldade, tudo isso se refere a ele.
Por mais duro que pareça, não se trata de nós, não sabemos os seus sentimentos. Simplesmente ouça e encoraje a pessoa a continuar falando sobre si.
Não importa o que os outros digam, nossa comunicação só será empática quando conseguirmos por nossa presença absoluta identificar o que o outro está:
- Observando;
- Sentindo;
- Necessitando;
- Pedindo.
Rosemberg afirma em seu livro Comunicação Não-Violenta: “Quando escutamos os sentimentos e necessidades da outra pessoa, reconhecemos nossa humanidade em comum.”
Exercite todos os dias! A empatia é uma competência e, portanto, pode ser desenvolvida, treinada.
Os benefícios são imensos, a começar por revelar a essência do ser humano que é.
Demonstre que você se importa!
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